Nem Moscas, Nem Mosquitos: The Last Samurai

Nem Moscas, Nem Mosquitos

domingo, janeiro 18, 2004

The Last Samurai

Tenho um amigo que delira com a cultura oriental, em particular a japonesa. O facto de ele ver filmes japoneses, ler blogs japoneses, e falar-me do Japão e tudo o que lhe pertence a toda a hora, leva-me a pensar que numa vida anterior ele tenha sido, de facto, japonês. Convidou-me até a juntar-se-lhe num curso de língua japonesa, aos sábados de manhã. Apesar de partilhar alguns dos seus gostos, a cultura nipónica não me fascinava por aí além.
Acabo de chegar do cinema, fui ver "The Last Samurai". O filme conta a história de um capitão americano perito em matar (particularmente índios) e que bebe para tentar afastar a consciência e os remorsos das mortes que causou. Foi-lhe então proposto um cargo no exército do Imperador do Japão, que consistia em treinar os seus homens a usar armas de fogo e usá-las contra os rebeldes (samurai). Por um preço por ele próprio estabelecido, aceitou. Treinou os seus homens e partiu para a guerra. Apesar de confrontar um exército sem armas de fogo, não inspirava confiança no seu. Os seus homens foram chacinados, e ele, rodeado por vários inimigos, venceu-os perante o líder dos rebeldes. Este reconheceu nele algo que era comum aos samurais, pelo que decidiu poupá-lo, levá-lo até à sua própria aldeia, tratá-lo e tentar perceber o seu inimigo. A partir daqui a história conta como um homem ocidental passa a compreender e amar o seu inimigo, até se tornar num deles e lutar contra o seu antigo exército. É uma bonita história de valores e sentimentos que dão sentido à vida, e que os Ocidentais não compreendem. Ali ele encontrou a felicidade, e até recebeu o amor e respeito daqueles contra quem lutara.
A cultura japonesa fascina-me agora, mais do que antes. Talvez aceite o convite.