Nem Moscas, Nem Mosquitos: Nação megalómana: Estamos de tanga, mas tragam-nos a bola!

Nem Moscas, Nem Mosquitos

segunda-feira, junho 07, 2004

Nação megalómana: Estamos de tanga, mas tragam-nos a bola!

Soaram as trombetas e gritaram-se vivas! Após uma longa e extenuante campanha, Portugal conseguiu ser nomeado para acolher o maior evento desportivo do velho continente: O campeonato europeu de futebol. A notícia foi recebida com histeria e alegria desmedida pelo povo luso em geral e pelos adeptos da bola em particular. Todos os esforços necessários para iniciar a épica empreitada foram feitos, sendo o corolário de tal acção a construção de dez dos mais modernos estádios do mundo. Obviamente, que o investimento por parte do estado foi pesadíssimo, custeado directamente pelos cofres estatais com 25% da despesa total do evento, e indirectamente através das câmaras municipais que se endividaram para além do aceitável, de forma à levar a cabo o inédito empreendimento. Porém, será que todos estes sacrifícios terão repercussões positivas nos capítulos social e económico, de tal forma evidentes, que compensem o avultado investimento?
Antes de responder à questão que formulei, deve-se atentar que Portugal atravessa um momento difícil. No entanto, acredito piamente que Portugal ainda não atingiu o fundo do poço, e que este tempo, actualmente intitulado de crise e restrição, no futuro será saudosamente lembrado como uma era de bonança e fartura, pois o futuro está comprometido graças ao desperdício dos escasso recursos nacionais em eventos como o Euro. É um absurdo que Portugal faça um investimento de milhões de euros em entretenimento fútil, tendo o país outras prioridades imediatas, como por exemplo na saúde, na justiça e na educação. Muito se fala nos eventuais benefícios que o referido evento trará ao sector turístico nacional, porém, se tivermos em conta que a alegada invasão turística será feita por hooligans (seres abençoados pela divindade helénica Baco), os únicos beneficiados por cá, serão a Unicer e Centralcer. Para além disso, a grande fatia dos lucros (patrocinadores, direitos televisivos e venda de bilhetes) será “abocanhada” pela Uefa, ficando Portugal, alegremente, com as migalhas.
É notório, tendo em conta os factores que anteriormente mencionei, que o euro não nos trará benefícios concretos, sendo que a realização do evento em solo nacional não passa de um grande desvario de um país doente pelo futebol. Mas já é tarde demais. Já nada podemos fazer para impedir a iminente hecatombe, pois a “redondinha” já rola nos estádios. Resta-nos erguer as nossas vozes, de forma a impedir que nação seja atormentada com falhas futuras.

E a quem cabe erguer a voz pela nação? A todos!
Quando? Agora e sempre!
Vamos! "É a Hora!" "É a hora!"